No giro de notícias da semana, nova fase de consulta online sobre a regulamentação do Marco Civil da Internet discute lacunas no texto, como privacidade de dados e neutralidade de rede; pesquisa da Teads revela as principais motivações para a instalação de bloqueadores de anúncio; mais de 80% da receita de publicidade do Facebook no último trimestre vem do mobile; Tail Target fecha parceria com MediaMath
Marco Civil tem nova etapa de consulta pública
O governo brasileiro lançou, na quarta-feira (27), a segunda fase de debates públicos on-line sobre a regulamentação do Marco Civil da Internet, coordenada pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, com a colaboração dos ministros das Comunicações e Cultura, André Figueiredo e Juca Ferreira. A minuta de texto do decreto pode receber contribuições da sociedade até o dia 29 de fevereiro por meio do site marcocivil.mj.gov.br.
Em sua segunda fase, a proposta disponível para consulta está dividida em 4 capítulos, com 20 artigos, sobre os seguintes temas: Disposições Gerais; Neutralidade de Rede; Da proteção aos registros, aos dados pessoais e às comunicações privadas; Fiscalização e transparência.
Desse modo, algumas lacunas do Marco Civil serão agora debatidas, como a questão do fornecimento de dados de usuários por empresas de internet às autoridades, que esteve em pauta no episódio que terminou com a suspensão do Whatsapp no ano passado, dada como punição à empresa por negar acesso ao conteúdo de mensagens pessoais a uma investigação policial. O texto para consulta determina que as autoridades poderão requisitar acesso a esses conteúdos, desde que informem as razões legais e publiquem um relatório anual sobre esses pedidos.
Também estão em debate exceções relacionadas à aplicação do princípio da neutralidade da rede, que determina às operadoras empregar o mesmo tratamento aos diferentes conteúdos que trafegam por suas redes, bem como sobre a responsabilidade de regulamentação dos aplicativos de internet, atribuída à Anatel na proposta de decreto.
O Marco Civil da Internet começou a ser elaborado em 2009, sendo que em 2014 a lei que estabelece princípios, garantias, direitos e deveres dos usuários de internet foi sancionada. O processo de regulamentação do Marco Civil foi iniciado no ano passado, com a primeira fase do debate público online.
Levantamento realizado pela Teads traz detalhes sobre adoção de ad blockers no Brasil
Formatos de anúncios intrusivos e forçados são os principais motivos para a adoção de ad blockers, indicados por 64% dos brasileiros que participaram de uma pesquisa global encomendada pela Teads, e conduzida pela Research Now, e que ouviu mais de nove mil pessoas em diversos países. Dentre os formatos mais intrusivos, 46% dos respondentes brasileiros que fazem uso dos bloqueadores de anúncio apontaram o pre-roll em primeiro lugar (aqueles anúncios inseridos antes do conteúdo). Em comparação, 57% dos argentinos classificam os anúncios pre-roll como altamente intrusivos. Para eles, anúncios de vídeo nativo inseridos em artigos, são o que mais funcionam; apenas 13% consideram estas unidades altamente intrusivas.
Já 85% dos brasileiros disseram que aderiram aos ad blockers para remover anúncios do tipo pop-up, enquanto 75% avaliaram que qualquer formato forçado de publicidade, ou seja, aqueles que não dão a escolha de pular desde o início, são extremamente intrusivos ou irritantes. A maioria dos entrevistados, bloqueadores e não bloqueadores, concordou que formatos de anúncios no celular são mais intrusivos do que aqueles em PCs
Um fato que chama atenção, contudo, e que merece ser olhado com atenção, é que 86% dos entrevistados disseram que reconsiderariam instalar um ad blocker se a experiência com a publicidade permitisse pular ou fechar o anúncio desde o início. Essa percepção também é compartilhada por 57% dos usuários mobile. Para Rebecca Mahony, CMO da Teads, as pessoas ao redor do mundo têm expressado uma aversão a formatos de anúncios intrusivos. “Por isso, fornecer uma escolha a elas é uma solução global”, destacou.
Facebook: 80% da receita com publicidade do último trimestre vem do mobile
Também essa semana, na quarta-feira (27), o Facebook anunciou seus resultados para o último trimestre de 2015, período em que a receita da empresa mais que dobrou (51,7%), atingindo US$ 5,84 bilhões – alta de 52% sobre o mesmo período do último ano.
Desse total, US$ 5,64 bilhões vieram de receitas com publicidade, que subiram 52%, sendo que o mobile responde por 80% (US$ 5 bilhões). De acordo com o Facebook, a boa performance se deve ao aumento de opções de publicidades ofertadas aos anunciantes na rede social e no Instagram. Em 2015, lucro da empresa saltou para US$ 3,69 bilhões, alta de 25%, enquanto a receita chegou a US$ 17,93 bilhões, um avanço de 44%.
Como nota Ciaran O’Kane, CEO do ExchangeWire, em análise sobre os resultados (disponível em inglês), o Facebook mais uma vez demostrou sua habilidade de crescer seu negócio de publicidade móvel enquanto enquanto o resto do negócio de mídia digital ainda patina nesse canal.
TailTarget e MediaMath anunciam parceria
Plataforma de brasileira de big data TailTaget fechou parceria com a empresa de mídia programática MediaMath. Com o acordo, os clientes passam a ser beneficiados com as tecnologias de Data Inteligence da plataforma, enquanto poderão medir suas audiências com as soluções da MediaMath.
A plataforma de big data da TailTarget permite coletar e combinar dados de diversas fontes online e off-line. As informações são agrupadas de acordo com variáveis de qualificação e motivação para desenvolver uma análise de hipersegmentação de perfis dos consumidores. A soma desses recursos promete contribuir para a entrega de ofertas mais precisas a um público de 390 milhões de perfis na América Latina.
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